domingo, 17 de fevereiro de 2013

The English Language In 24 Accents

Este vídeo é bem interessante e tem grande relação com os debates em nosso mini-curso. O menino fez um gravação sem grandes pretensões e postou no YouTube. Agora já conta com quase 15.000.000 de visualizações: http://www.youtube.com/watch?v=dABo_DCIdpM


Leandro

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Django Livre e o prestígio linguístico


Vamos falar de cinema?

Faroeste spaghetti no estilo dos xarás Sergio (Leone e Corbucci), Django Livre é o sétimo filme de Quentin Tarantino. Lançado em 18 de janeiro no Brasil, o filme narra a saga de Django Livre (Jamie Foxx) para libertar sua amada Broomhilda Von Shaft (Kerry Washington) de uma fazenda onde vivia como escrava. A história é linear e ambientada em 1858, dois anos antes de a Guerra Civil norte-americana eclodir. E por meio das falas de algumas de suas personagens, surge uma gama de elementos linguísticos característicos do que se pode considerar como "World Englishes", denotando a noção de prestígio linguístico que foi amplamente discutida em nosso minicurso.

Logo na primeira cena em que há fala, surge Dr. King Schultz (Christoph Waltz), personagem que se apresenta aos seus interlocutores – os irmãos Speck e cinco escravos – como um dentista à procura de um escravo que havia trabalhado na fazenda Carrucan. Enquanto fala, percebe-se que Schultz é estrangeiro não só por causa do seu sotaque carregado, mas também pela forma como ele fala, conforme os trechos abaixo:

Dr. King Schultz: So, I wish to parley with you.
Ace Speck: Speak English!
Dr. King Schultz: Oh, I'm sorry. Please forgive me, it is a second language (...).*

Dr. King Schultz: My dear sir, I am simply trying to ascertain... 
Ace Speck: Speak English, goddamn it.*

Ace Speck interpela Schultz, pedindo que este fale em inglês, em um inglês que ele consiga entender, e não na variação de inglês empolada e prolixa através da qual está se comunicando. Schultz se desculpa dizendo que o inglês é sua segunda língua, deixando claro, assim, que a carga rebuscada da sua fala se deve a pouca fluência neste idioma. Porém, conforme o filme se desenrola, é possível notar que a linguagem usada por Schultz reflete exatamente o que caracteriza sua personagem: um alemão inteligente, esperto e evoluído, despido dos preconceitos que assolavam o continente americano na época. Seu linguajar é refinado e as palavras que ele usa são escolhidas com cuidado, e não ao acaso, assim como as ações que desempenha no enredo – tudo é meticulosamente calculado e planejado.

Quanto ao protagonista, Django, embora sua fala seja repleta de desvios da norma culta, marca própria da sua condição de escravo e da suposta falta de escolaridade, é interessante notar que ele sabe mais gramática do que se esperaria de um negro nos idos do século XIX no sul dos Estados Unidos. Sempre que ele se sente afrontado, ao se apresentar, diz: 

“Django. The D is silent.”*

Ao instruir como seu nome deve ser pronunciado, Django mostra que não é totalmente ignorante quanto poderia parecer, confirmando seu potencial para empreender uma série de artimanhas para resgatar a mulher amada. 

Em outra cena, Django conta a Schultz que Broomhilda, além de muito bela, aprendeu a falar alemão com uma sinhá da família Von Shaft e que, por isso, ela sempre foi mais valiosa do que as outras escravas. Isso mostra como o prestígio linguístico, nesse caso o saber de um segundo idioma em pleno regime escravocrata, determina a posição social que um indivíduo pode ocupar. Como falava alemão, Broomhilda era apropriada para trabalhar na Casa Grande das fazendas, sendo poupada dos serviços pesados no campo.

Mais adiante, antes de se reunirem com Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), Schultz e Django são informados pelo advogado Moguy (Dennis Christopher) que Calvin prefere ser chamado de Monsier, em vez de Mister, apesar de não falar uma palavra sequer em francês: 

Dr. King Schultz: “Anything else about Mr Candie I should know about before I meet him?”
Leonide Moguy: “Yes, he is a bit of a francophile. Well, what civilized people aren't? And he prefers Monsieur Candie to Mr Candie.”
Dr. King Schultz: [in French] “Whatever he prefers.”
Leonide Moguy: “He doesn't speak French. Don't speak French to him, it'll embarrass him.”*

Como o próprio Moguy afirma, ser francófilo, naquele tempo, era sinônimo de ser uma pessoa civilizada, claramente se destacando dos demais - que eram retrógrados e selvagens. Então mesmo sem conhecer o idioma, Candie tomava para si o prestígio de ser abordado em francês, reforçando seu poder e autoritarismo.


Muito longe de ser o melhor trabalho de Tarantino, embora o filme tenha lhe rendido dois Globos de Ouro – melhor roteiro e melhor ator coadjuvante – o longa brinca com os estereótipos linguísticos e sublinha traços marcantes das personagens por meio da profusão de diálogos na trama. Obviamente isso não é novo no cinema e há milhares de outros filmes que lançam mão do mesmo recurso – apenas quis compartilhar com vocês como foi divertido ir ao cinema com olhos e ouvidos bem abertos aos “World Englishes”!

Quem aí se lembra do diálogo clássico em Pulp Fiction em que Vicent Vega (John Travolta) explica a Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) sobre “as pequenas diferenças” entre a Europa e os Estados Unidos, exemplificando com o "Royal with Cheese"?

*As legendas do Django Livre foram recuperadas do roteiro original disponível aqui

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Different meanings

Hi, everybody!
 
Nas nossas últimas aulas, o professor Tony comentou sobre a palavra football, que tem conceitos diferentes dependendo do lugar. Essa observação me fez lembrar de uma aula que tive no Mackenzie com a professora Vera Hanna. Ela nos trouxera algumas propagandas do banco HSBC da campanha Never underestimate the importance of local knowlodge de 2002, e uma delas era sobre os conceitos para a palavra football. Procurei alguns desses anúncios no Google, pois achei bem interessante.
O primeiro anúncio é sobre a palavra football, que traz a seguinte frase: To truly understand a country and its culture you have to be part of it, o que me remeteu às nossas discussões sobre "ser nativo":
 
 O anúncio a seguir exemplifica as especialidades (delicacy) da China, México e França.
 

 
Esse mostra os pães da Itália, da Índia e da Alemanhã.
 
 
 
 
 Por fim, trago um pouco de sorte para todos os mestrandos e doutorandos!

 
Hope you like it!
Hugs
 
Viviane