quarta-feira, 20 de março de 2013


World Englishes e o  Mercado de Ensino do Idioma Inglês

O objetivo deste texto não é apresentar uma visão ou resumo do que sejam as variedades do inglês e sua importância. Objetivo já cumprido de forma excepcional pelos colegas que escreveram anteriormente. Ao invés disto proponho iniciar uma discussão sobre a possibilidade de uma inclusão que seja comercialmente viável de variedades linguísticas no processo de ensino aprendizagem.

Com mais de 13 mil franquias de escolas de idiomas e algumas dezenas de unidades de escolas consideradas como de primeira linha, o mercado de ensino de inglês movimenta mais de 5 bilhões de reais por ano.

O problema é que para minimizar os custos e aumentar o lucro, muitos franqueadores usam a receita de criar ‘métodos’ que podem ser facilmente replicados em sala de aula, vender livros e trabalhar com o maior número possível de alunos em sala de aula.

Este mercado tão amplo e rentável na prática, salvo alguns casos de empresas sérias e comprometidas com sua missão educacional, gera resultados que são, no mínimo, duvidosos.

Resultados de testes realizados com mais de 12 mil profissionais que trabalham em multinacionais indicam que o Brasil está na lista dos países que pior fala inglês no mundo. Os testes foram realizados em 76 países e a média mundial foi 4,15 enquanto a média brasileira foi de 2,95.

Como podemos tomar para nós a cruzada de apresentar variedades linguísticas para um público alvo que não consegue atingir padrões mínimos de qualidade em compreensão e produção(muitas vezes até em L1)? O desafio fica ainda maior quando sabemos que muitos professores, não possuem o domínio da língua e muitas vezes nem passam por treinamento antes de entrarem em sala de aula.

Para lidar com a falta de conhecimento linguístico e técnico do corpo docente, e, para aparentar uma padronização da qualidade no ensino, muitas escolas possuem aulas 100% prontas para facilitar o trabalho dos ‘entregadores’ de conteúdos. Fato que dificulta a inserção de variedades linguísticas no processo.

Acho difícil, portanto, que o ensino e conscientização da existência de variedades linguísticas acontecerá no segmento de franquias de uma maneira ampla, principalmente porque muitos desses sistemas de ensino querem a padronização do ensino. Acredito que isto seja possível, no entanto, através de iniciativas individuais, ou até corporativas, no caso de empresas sérias e de qualidade.

O triste, sem ironias neste momento, é que a grande maioria dos nossos compatriotas somente terão acesso aos cursos dessas empresas massificadoras de ensino. Nada pessoal, afinal business is business.

O que vocês acham? Há uma luz no fim do túnel?

Gostaria de deixar registrado que foi um prazer imenso compartilhar ideias com vocês durante o curso e prometo que aos poucos postarei comentários em todos os posts aqui.

Abraços,

Alexandre Trigo Veiga

Fontes:


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