World Englishes e o
Mercado de Ensino do Idioma Inglês
O objetivo deste texto não é
apresentar uma visão ou resumo do que sejam as variedades do inglês e sua
importância. Objetivo já cumprido de forma excepcional pelos colegas que
escreveram anteriormente. Ao invés disto proponho iniciar uma discussão sobre a
possibilidade de uma inclusão que seja comercialmente viável de variedades
linguísticas no processo de ensino aprendizagem.
Com mais de 13 mil franquias de
escolas de idiomas e algumas dezenas de unidades de escolas consideradas como
de primeira linha, o mercado de ensino de inglês movimenta mais de 5 bilhões de
reais por ano.
O problema é que para minimizar
os custos e aumentar o lucro, muitos franqueadores usam a receita de criar ‘métodos’
que podem ser facilmente replicados em sala de aula, vender livros e trabalhar
com o maior número possível de alunos em sala de aula.
Este mercado tão amplo e rentável
na prática, salvo alguns casos de empresas sérias e comprometidas com sua
missão educacional, gera resultados que são, no mínimo, duvidosos.
Resultados de testes realizados
com mais de 12 mil profissionais que trabalham em multinacionais indicam que o
Brasil está na lista dos países que pior fala inglês no mundo. Os testes foram
realizados em 76 países e a média mundial foi 4,15 enquanto a média brasileira
foi de 2,95.
Como podemos tomar para nós a
cruzada de apresentar variedades linguísticas para um público alvo que não consegue
atingir padrões mínimos de qualidade em compreensão e produção(muitas vezes até
em L1)? O desafio fica ainda maior quando sabemos que muitos professores, não
possuem o domínio da língua e muitas vezes nem passam por treinamento antes de
entrarem em sala de aula.
Para lidar com a falta de
conhecimento linguístico e técnico do corpo docente, e, para aparentar uma
padronização da qualidade no ensino, muitas escolas possuem aulas 100% prontas
para facilitar o trabalho dos ‘entregadores’ de conteúdos. Fato que dificulta a
inserção de variedades linguísticas no processo.
Acho difícil, portanto, que o
ensino e conscientização da existência de variedades linguísticas acontecerá no
segmento de franquias de uma maneira ampla, principalmente porque muitos desses
sistemas de ensino querem a padronização do ensino. Acredito que isto seja
possível, no entanto, através de iniciativas individuais, ou até corporativas,
no caso de empresas sérias e de qualidade.
O triste, sem ironias neste
momento, é que a grande maioria dos nossos compatriotas somente terão acesso
aos cursos dessas empresas massificadoras de ensino. Nada pessoal, afinal
business is business.
O que vocês acham? Há uma luz no
fim do túnel?
Gostaria de deixar registrado que
foi um prazer imenso compartilhar ideias com vocês durante o curso e prometo
que aos poucos postarei comentários em todos os posts aqui.
Abraços,
Alexandre Trigo Veiga
Fontes:
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